segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Quem faz a diferença é o aluno!

Leio e escuto muitas declarações sobre a qualidade do ensino de determinadas instituições que se vangloriam da capacidade de formar vencedores. Vencedores! Será que realmente possuem esse poder de transformação que o dinheiro pode pagar? Fazem realmente a diferença na construção do conhecimento e capacitação profissional? Ou recebem uma ajudinha do próprio aluno? São fatores que devemos investigar com cuidado.

Tenho uma teoria que é a seguinte: "quem faz a diferença é o aluno". Sei que fatores internos - criação e condução da personalidade - e externos - ambiente, mercado, fatos inesperados do cotidiano - podem influenciar para mais ou menos, o comprometimento do educando com o ideal de formação para a vida e o sucesso profissional.

A tentativa dos dirigentes educacionais de rotular as instituições como "grifs" é a maior prova da ação de marketing na tentativa de trabalhar o imaginário coletivo, a seu favor. Induzir a opinião pública, que o ensino é diferenciado, de qualidade e capaz de garantir um futuro brilhante, é uma estratégia que funciona, afinal, nós Brasileiros gostamos de apostar no time que está ganhando.

O fato de estudar na instituição A ou -B não significa garantia de empregabilidade ou fracasso. Nem que a instituição lhe transformará um uma sumidade no cenário acadêmico ou mercadológico. Ajuda, mas na minha opinião não é fator determinante, ao ponto de ser rotulada com excelência ou a melhor do Brasil. Os recursos humanos que chegam e a forma como são trabalhados, ai sim, fazem a diferença em favor das instituições. Claro que o conjunto positivo encaminha o jovem na direção que pode leva-lo ao sucesso, mas se ele não trabalhar seus 50% de responsabilidade, nada feito. Digo isso por que acredito que uma instituição de ensino recebe alunos que tiveram a oportunidade de cursar ótimas escolas do segmento fundamental, que possuem uma família estruturada, que recebem todo o apoio necessário ao desenvolvimento ético, critico e social, somados ao ambiente escolar que favorece a construção do conhecimento e aprimoramento de habilidades, são alunos que naturalmente serão aprovados em vestibular para instituições públicas no futuro, rotuladas como de qualidade e excelência.

O mérito da instituição é de 30%. Ou seja, ao receber alunos com esse potencial em seus quadros, garante a instituição que o lapida, um índice de aprovação bem maior. Repito, o educando que possui a felicidade de crescer em um ambiente socio-econômico favorável e possui uma família estruturada que sabe cobrar seu desempenho e dedicação aos estudos, reúne as condições ideais para aproveitar melhor as oportunidades. Então se possuo um numero maior de alunos promissores, as minhas chances de aprovar grande parte deles é igualmente grandioso.

E no revês da moeda?  O educando economicamente desfavorecido é bombardeado de informações midiáticas que o oprimem, desestimulam a conseguir um lugar melhor ao sol e o rotula de fracassado, terá menos chances de, através do estudo, romper com os paradigmas sociais e atingir o sucesso. A tendencia é que, a exemplo do aluno anterior, se torne um produto do meio, onde a fórmula do sucesso pode ser como jogador de futebol ou no controle do narcotráfico da região. Sei que a realidade é dura, mas.......

Quantos alunos oriundos do ensino público fundamental, marcado pela aceleração do processo de ensino e aprendizagem, onde o aluno não pode ser reprovado, afinal, sua baixa estima não pode ser aflorada (que conveniente), chegaram a faculdade, ou pior, a universidade pública dita de qualidade? Com base no parâmetro acima, podemos afirmar que a instituição A ou -B tem mais ou menos qualidade? Garantem ou não a empregabilidade?

Pois bem, se o educando quiser, ele vai alem das suas limitações e conseguirá alcançar objetivos e o sucesso traçado, sendo rico ou pobre. No Brasil e no Mundo, a condição sócio econômica é que determina quantitativamente quem chega ou não chega lá, na universidade. Mas se o aluno estiver a fim de romper com todos os rótulos e barreiras, ele também chegará lá na universidade, em menor número, mas chegará lá, na universidade, sem dúvida.

O aluno, faz ou não faz a diferença desde o berço até a universidade?

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