segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Na contra mão dos valores sociais

Uma vez Flamengo sempre Flamengo...

Campeão da Taça Guanabara 2008


Gol de Diego Tardelli fecha o caixão alvinegro

O que está acontecendo? Os valores se invertem a cada dia e não importa a atividade profissional, social ou esportiva. Os valores que aprendi com meus pais passam pro um processo de questionamento quase que diariamente. Mesmo assim, continuo seguindo os ensinamentos que considero corretos. Quer dizer que ainda não me prostitui socialmente? Sim. Manterei esse valores mesmo que as pessoas que coabitam os espaços de trabalho e de moradia não concordem e continuarei fazendo o que minha consciência manda.

Para exemplificar, vou escrever sobre um seguimento que considero de conhecimento geral, independente de idade e formação cultural, o esporte. Utilizarei o exemplo do clássico Flamengo X Botafogo, que decidiu a Taça Guanabara, primeiro turno do campeonato Carioca. Hoje os principais programas esportivos de rádio e Tv, jornais e comentários no ambiente de trabalho não foi o mérito da conquista de um título pela Flamengo. Pasmem, o assunto foi a coletiva de imprensa realizada, ainda no maracanã, onde os jogadores e dirigentes do Botafogo choravam as mágoas pela perda de mais um campeonato. Não se discutiu as falhas do time, nem as substituições do técnico alvinegro Cuca. O tema era a arbitragem.

Continuo não entendendo como jogadores experientes, profissionais de carreira consagrada no futebol se prestarem à aquele papel ridículo de “bebes chorões e mimados” que perderam a chupeta no berço e tem preguiça de procurar, chamando a mãe para resolver seu problema. Hora leitor, hoje as pessoas não assumem suas falhas e erros, e como sempre, é mais comodo tirar a responsabilidade dos ombros e coloca-la em um outro, no caso a do arbitro da partida Marcelo Henrique. Nesse momento se valoriza a falcatrua, o roubo na partida, dizer que não foi penalti, que o juiz da partida expulsou indevidamente por ser mal intencionado, que na Federação de Futebol do Rio de Janeiro só tem flamenguista... e assim foi em transmitido ao vivo em cadeia nacional. O vestiário da vitória pouco foi explorado. Por que, bem lá não ocorreu chingamentos ao arbitro, acusações de jogo comprado ou marcação de penalti inexistente. A alegria, a festa da vitória, a volta olímpica o orgulho de ganhar um campeonato.....é os valores estão invertidos, no vestiário botafoguense e na mídia. Uma pena.

Imagine você se a torcida alvinegra cobraria do presidente do clube, do técnico, dos jogadores, do governador, do prefeito, do arcebispo e até do porteiro do prédio mais uma derrota em decisões. No jogo de ontem, não, o Botafogo jogou bem e ate melhor que o Flamengo a partir dos 16 minutos do primeiro tempo. Já no segundo tempo o “mengão” partiu com tudo e o “fogoso” que só se manteve nos contra ataques. Por isso, acredito que a torcida não teria motivo para reclamar e até aplaudiria o time mesmo com a derrota. O desequilíbrio emocional dos jogadores do Botafogo se refletiram nas cadeiras azuis e arquibancadas do Maracanã mas, não provocou nenhuma reação hostil ou violenta. Muitos torcedores permaneceram até para dar aquela moral ao time com aplausos e gritando o nome dos jogadores. Uma pena que os craques alvinegros não receberam esse carinho, e quem sabe, a coletiva no vestiário não seria mais centrada e consciente do real papel de formadores de opinião que os ídolos possuem junto aos mais jovens. Mais vale chorar e acusar o arbitro do que reconhecer os méritos do adversário. Vivemos a era da contra mão dos valores sociais.