sábado, 27 de fevereiro de 2010

Oito ou oitenta

Ontem foi acordado pelos gritos de uma vizinha, espantada com mais uma catástrofe natural, desta vez um terremoto no Chile, na cidade de Concepcion, a segunda maior do país, com aproximadamente 600 mil habitantes, que provocaria uma tsunami que atingiria o Havaí. Curioso, liguei o rádio para procurar tal notícia. Terremoto devastador no Haiti e agora no Chile...Nostradamus, calamidade, juízo final...., já cantava Eduardo Duseck, será o fim do Mundo? Entre uma emissora e outra, ouvi um gol. Sim, caro leitor, uma narração de um gol do Boavista pela primeira rodada do returno do Campeonato Carioca, diante do Madureira. O locutor parecia estar com sono, mas não deixou de transmitir a partida que foi iniciada às 8 da manhã. Aí pensei...É mesmo o fim do Mundo!
O futebol do Rio de Janeiro é assim, dos extremos. Ou a partida é realizada às 8 da manhã ou às 22h. Acredito que a Federação de Futebol do Rio de Janeiro, a Rede Globo, o Sindicato dos Atletas e a quem mais possa interessar, não querem que o torcedor vá ao Estádio, pois o campo de futebol é para os jogadores e os torcedores devem ver pela telinha, o que é bem lucrativo, não acham?
Sou da opinião que as partidas de futebol, aos finais de semana deveriam ser em rodada dupla, com seu início previsto para às 17h e o jogo de fundo, às 20h, no máximo. Assim o torcedor poderá voltar para casa sem a preocupação da falta de transportes urbanos. É desumano ver pessoas amontoadas nos pontos de ônibus, após a meia-noite, esperando por um coletivo que demora muito tempo para chegar. Além do risco de assaltos ou balas perdidas que podem envolver um inocente que foi ao estádio ver seu time de coração e acabou na cama de um hospital, ou numa delegacia fazendo o boletim de ocorrências. São seres humanos que no dia seguinte, por volta das 6h, já estão a caminho do trabalho e por isso não podem chegar em casa por volta das 2h, dormir por volta de uma hora e meia para retomar mais um dia de labuta.
Volto a lembrar, não há clube de futebol que sobreviva sem torcedores e sem a emoção das arquibancadas.
Larosa, Larosa!. Qual foi o resultado de Madureira e Boavista?
Caro leitor, deu Boavista, 2 a 1.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Tira-Teima

Tudo pronto para mais um clássico envolvendo o Flamengo e o Botafogo. Nos últimos anos o Rubro-Negro venceu as decisões do Campeonato Carioca em 2007, 2008 e 2009, sem incluir as Taças Guanabara e Rio. Amanhã a noite vale vaga para a final da Taça Guanabara e os torcedores do Alvinegro estão chamando a partida de "Tira-Teima".
Adriano e Loco Abreu prometem um duelo a parte, nas bolas alçadas na grande área. Jogadores de físico avantajado, levam vantagem contra os defensores.
Outro duelo será entre Joel Santana e Andrade. Um mais cauteloso que gosta de partir para o contra-ataque. O outro, ainda vivendo a conquista do hexacampeonato nacional, procura armar melhor a proteção a sua defesa, sem perder o poder de ataque. Vai ser um jogão. O Jornal dos Sports estará presente para levar a melhor cobertura do clássico amanhã anoite no Maracanã.
Em tempo. Até o momento o torcedor ainda está brincando o carnaval e somente pouco mais de 20 mil ingressos foram vendidos.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Nem um, nem outro

Mais um belo sábado de sol na orla carioca, mas o papo entre os torcedores me surpreendeu. Nada de Flamengo, Vasco, Botafogo, América e Fluminense. Nada de semifinais entre os grandes. Não, meus caros leitores. O assunto era: cartolas X jogadores e a lambança na compra de ingressos. Como eu, por uma questão de princípio, não escrevo sobre cartola, afinal eles não marcam gols e nem promovem belas jogadas em campo...., não comento e nem cito nomes, para não promover ai, quem sabe futuros postulantes a cargos públicos como vereadores e deputados. A história já nos mostrou isso, não é verdade, caro torcedor?
Então, ouvi atentamente meus amigos no papo sobre a venda de ingressos no Campeonato Carioca. Uma lambança seguida de outra lambança. Segundo o seu Manoel Tamancas, do programa do Francisco Barbosa, nas manhãs da Rádio Tupi, parece até piada de brasileiro. Como não vender ingressos nos jogos? Há mais de 2000 anos, as vendas de ingressos no Maracanã são assim, filas enormes nos guichês e nas roletas para entrar no estádio. E pasmem, até hoje ninguém reclamou, pois os estádios continuam cheios, pelo menso aqui no Rio.
Calma aí, Larosa. Eu não gosto do empurra-empurra na filas e da falta de educação dos funcionários da SUDERJ, que nos tratam como cachorros. Me sinto incomodado sim.
Verdade, caro leitor, mas esses fatos não o impediram de frequentar o Maracanã nos últimos 50 anos. Mas sei que você não conseguiu comprar ingresso no jogo do Flamengo. Sei que você foi até a Gávea de táxi e encarou fila, voltou e pegou engarrafamento, e para piorar, só conseguiu entra no Maraca no fim do primeiro tempo. Acho que o incomodo e o gasto foi bem maior.
Toda e qualquer mudança de “cultura” deve ser gradativa, justamente para não causar impacto e resistência da pessoas envolvidas. Não foi assim que os dirigentes, tanto dos clubes e da Federação de Futebol do Rio agiram. Tentaram impor na marra e o resultado está aí, lambança. Novas regras foram implantadas ontem e a compra, alem da tradicional, poderá ocorrer com cartão de recarga, como os do Metrô Rio.
Se o objetivo é afastar o torcedor dos estádios, os dirigentes estão se superando. Os ingressos aumentaram e a assinatura do canal exclusivo de futebol também. Assim nem nos estádios e nem a frente da telinha, o torcedor poderá acompanhar seu time do coração.