Estamos passando por um processo de mudança social e as instituições de ensino ainda não enxergaram. Lembro que em 1990, a Globalização "adentrava Brasil a a dentro" e as instituições de ensino ainda formando mão-de-obra barata para a industrialização. Um processo fordista de formação em massa não atendia ao mercado saturado das mesmas profissões de sempre. Nichos surgiam e não havia capital intelectual suficiente, ou nenhum, capaz de fazer a diferença nas empresas que já vivenciavam a tecnologia.
Poucos abnegados mostravam que a educação deveria ser continuada e que nossos jovens deveriam se capacitar constantemente. As IES continuaram sua caminhada confortável sem se preocupar com o amanhã. A graduação era suficiente para arrecadar. Depois o mercado pressionou e o "BUM" das pós-graduações, onde outra massa de jovens e adultos produtivos passaram por um processo de qualificação (sabe-se lá como, em alguns casos), para atender uma demanda mercadologica que rapidamente cambiou mais uma vez. Lembram da corrida ao "titulo"? A necessidade de Mestres e Doutores no mercado educacional gerou uma corrida ao título, que rapidamente esgotaram as necessidades das IES. Saturação no meio acadêmico e milhares de Mestres e Doutores sem emprego nos dias de hoje.
Bem, o amanhã é hoje e o cenário não é nada animador. Outra revolução educacional é necessária. Números elevados de matriculas não significam que pessoas serão alfabetizadas ou desenvolvidas para uma vida sócio-econômica mais competitiva. Hoje se acelera a massa de semi analfabetos rumo ao ensino médio. Mais uma vez para mostrar números a opinião pública.
Temo por uma geração de fracassados, onde a falta de capacidade intelectual os torne marionetes das facilidades. Um exemplo, jovens que buscam no narcotráfico uma forma de arrecadar para atender suas necessidades. Ou quem sabe, com algum talento, tentar o mercado da bola e, um dia, ser vendido para a Espanha ou Itália, ganhando milhões de Euros, projeção e glamourt.
A educação é um negócio, seja de ganho monetário ou em imagem pública, mas o ato de educar não pode se tornar apenas o objetivo impar, o de entrada na escola. Cada cidadão tem que ter um objetivo ao sair dela.