quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Toda unanimidade é burra


Educadores em desespero acadêmico discutem sobre o melhor ensino, a melhor ferramenta e o melhor modelo educacional para o sujeito que aprende. Uma das correntes acredita que o ensino a distância – EAD, é o melhor e mais eficiente modelo de educação de vanguarda. Do outro lado, o melhor ensino é o tradicional trio – professor, giz e sala de aula. Frases clássicas como, “... com essa vida atribulada, de tantos afazeres, aulas on line facilitam nossas vidas”. Ou, ”aluno só aprende na escola, na presença do professor, assim ele pode prestar a atenção e render melhor”, ecoam aos sete cantos acadêmicos e transcendem para além dos muros da tradicional escola. Quem tem razão?

Ambos estão certos e errados ao mesmo tempo. Como isso é possível? Calma, existe um fundo de verdade em cada visão pedagógica. O formato presencial e o modelo a distância estão vivendo um momento de fusão, ou seja, velhas práticas com uma nova roupagem, bem futurista. Concordo que o caminho da transição passa por essa pratica natural, onde professores, educadores e coordenadores continuam “mantendo âncora fincada em mares do passado”, plagiando um amigo o professor Luís André em seu texto “O Novo Assusta”, e diria que atualmente se mantém a mesma âncora nas águas turbulentas da modernidade.

Os dois formatos ainda devem coexistir e dialeticamente as questões educacionais devem ser ampliadas para a sociedade organizada (empresas, instituições classistas, mercados emergentes e até os saturados) que junto aos acadêmicos possam de fato e de direito, formatar uma proposta viável de ensino no melhor formato que atenda as necessidades mais emergentes da sociedade brasileira. Lembrem-se, o Brasil não é o sudeste avançado e rico. Não podemos impor às diferentes sociedades o melhor modelo. Nós educadores devemos desenvolver os modelos existentes, tornando-os mais eficientes e atuais. Assim, a sociedade poderá exercer o poder de escolha, pelo formato educacional que melhor a atenda.

Devemos evoluir, sem esquecer do passado. Se existe um modelo educacional ultrapassado é porque faltou um olhar por cima dos ombros e entender que não se pode deixá-lo para traz. Vamos desenvolvê-lo e torná-lo útil, enquanto buscamos novos modelos para aumentarmos o leque de possibilidades de ensino que atendam aos diferentes gostos e necessidades.

Preocupo-me quando escuto pelos sete cantos acadêmicos, “alardeadores do apocalipse” se degladiando verbalmente tentando impor o que é melhor em detrimento a outras formas de ensino existentes.

Não sei o caminho para o sucesso, mas sei qual a rota para o fracasso, é achar que determinada pessoa ou modelo é unânime.

MLarosa.