sábado, 24 de outubro de 2009

No ano que vem

O jogo entre Botafogo e Flamengo é extremamente importante para os cariocas observarem e se planejarem para o ano que vem. Não estou me referindo a classificação dos clubes no Campeonato Brasileiro e sim ao teste que passará o Engenhão, palco dos grandes jogos do Campeonato Carioca de 2010. Sem o Maracanã, que será fechado para reformas visando a copa de 2014, o estádio do Engenho de Dentro vai abrigar as torcidas nos grandes clássicos, então hoje, sem dúvida alguma, será a prova de fogo.
Calma aí, Larosa. No Engenhão já vimos jogar o Fluminense com o Botafogo e correu tudo bem. Verdade, caro leitor, correu sim, mas a partida não possuía o apelo de hoje. O Flamengo disputa uma das vagas no chamado G-4, e com possibilidades de chegar ao título nacional, de acordo com os demais resultados. O Botafogo está na zona do rebaixamento e quer sair de lá bem rapidinho. Lembre-se, o Santo André venceu o líder Palmeiras e chegou a 32 pontos. Para o alvinegro só a vitória interessa. Com uma cara bem dramática, para os donos da casa, o Engenhão receberá a torcida do Flamengo em peso e a do Fogão para empurrar o time para fora da zona da degola. Casa cheia logo mais. Com isso as autoridades limitaram o número de ingressos, a Supervia reforçou o número de trens, ônibus de integração com o metrô também tiveram seu trajeto modificado para atender aos torcedores, reforço nas linhas de coletivos, mas nada disso será o suficiente. Teremos problemas de estacionamento, assaltos nas ruas do entorno e do outro lado da linha férrea. São ruas escuras e mesmo em dia de jogos o policiamento se preocupa com a proximidade do Engenhão. E nas ruas afastadas que servem de estacionamento? E as pessoas que moram nos bairros do Engenho de Dentro, Todos os Santos, Piedade e Encantado que podem ir a pé?
A questão da infraestrutura e da segurança pública devem ser revistas a partir do jogo Botafogo e Flamengo. Choque de ordem nos locais de acesso ao estádio. Iluminar as ruas, patrulhar a região são importantes sim, mas também promover uma revolução arquitetônica no bairro. A degradação ocorre de Cascadura até o Meier. O comércio da região faliu, casarões, lojas e prédios comerciais abandonados. São muitos os problemas para serem resolvidos. Caso contrário, nossos dirigentes vão esperar o campeonato começar para ver o que podem fazer. Para variar, tudo fica para o ano que vem.