quarta-feira, 28 de março de 2012

Um talento que se foi.

Millôr Fernandes nos deixou e o jornalismo perdeu uma dos raros talentos dos últimos tempos. Escritor, jornalista, desenhista, humorista e dramaturgo, Millôr faleceu aos 88 anos de falência múltipla dos órgãos, mas não vai deixar de estar entre nós. No site http://www2.uol.com.br/millor/ onde estão reunidas as melhores obras do cartunista.
Millôr iniciou a carreira como colaborador na revista "O Cruzeiro" aos 14 anos. Foi um dos fundadores do jornal mais polêmico e engraçado do País, O Pasquim, em 1960, deixando os inquisidores militares de cabelos em pé, com seus textos e charges contra o regime dos grilhões à imprensa. Escreveu diversas peças e se tornou o principal tradutor das obras de William Shakespeare do Brasil.
Em tempos do “politicamente correto”, Millôr foi uma luz contra os que tentam padronizar nossas vidas, a imprensa e a sociedade. Até breve, Millôr. Um dia estaremos ao seu lado rindo e fazendo piada de tudo que passamos aqui na Terra.

sábado, 3 de março de 2012

EAD: esperança para os excluídos


Olá, meus amigos!
Parafraseando o slogan do Governo, as avessas, “A Educação não é para todos”! Calma, explico!
Na virada do Século 21 iniciava minha jornada pela modalidade EAD no Instituto A Vez do Mestre do Rio de Janeiro, que oferecia pós-graduação em diferentes áreas do conhecimento. Pautada em tecnologia e objetivando reduzir as distâncias que impediam o educando de descobrir o conhecimento, a instituição optou pela modalidade semi-presencial. Os alunos dos mais longínquos logradouros Tupiniquis, se matriculavam em escritórios nas capitais, recebia as apostilas, trocava informações e dúvidas por telefone ou e-mail com seus tutores, baseados na Cidade Maravilhosa, além da participação de palestras presenciais bimestrais com professores do Rio em suas cidades, ou via videoconferência. Pronto. O cenário já estava montado e os excluídos poderiam crescer profissionalmente a partir da educação continuada.
Sim, eu acreditava que seria o suficiente, mas.... Veio a primeira viajem para Belém, no Pará. Expectativa de 900 educandos matriculados, na quadra da escola que serviu de base para as palestras presenciais. Para minha surpresa pouco mais de 500 pessoas compareceram ao evento. A curiosidade de jornalista proporcionou a produção de uma enquete entre os educandos, antes da palestra, justamente sobre o tema, Os Novos Rumos da Educação Brasileira: diminuindo distâncias. Descobri que boa parte dos alunos que faltaram foram vítimas da própria distância. Muitos dos presentes navegaram de Chalana por seis horas até chegar a capital paraense. Outros tantos viriam ainda de mais longe o que inviabilizava a estada nos encontros presenciais.
Oito horas, iniciei a palestra com uma frase, ainda motivado pela ausência de tantos professores do ensino fundamental que necessitavam se qualificar para renovar as esperanças em uma educação de qualidade: Educação não é para todos. Muitos são os excluídos pelo Brasil a fora e a modalidade EAD não pode deixar de chegar até onde o povo está!!!!
Imagine mais de 500 pessoas paralisadas por segundos, refletindo a realidade dura que, a modalidade educacional oferecida ainda não atenderia os mais diferentes sonhos e expectativas. Preocupado com a reação do público, também me calei e propus um minuto de silêncio para entendermos o quanto era importante que os colegas que ali não puderam estar, ainda pelas grandes distâncias e falta de condições de locomoção digna para todos.
Bem, o restante você já pode imaginar. Foi um sucesso! Os novos rumos tinham um objetivo então, chegar onde cada brasileiro está. Docentes lutando e fazendo a diferença nas mais diferentes escolas - flutuantes, de madeira, em celeiros e abaixo de uma copa frondosa - esquecidos pelos governantes e sem condições de oferta de ensino dignas para o desenvolvimento do educando, não poderiam ser esquecidos.
De 2000 a 2012, muito se fez é verdade, mas a tecnologia foi fundamental para realmente reduzir as distâncias e qualificar os mesmos professores excluídos do processo de educação continuada que participei no início do século. A energia elétrica solar, a internet e a vontade de continuar a missão de ensinar fez a diferença e o desenvolvimento da EAD.
Educação não é para todos, mas para aqueles que quebram seus paradigmas, buscam soluções e possuem a garra que faz a diferença no processo ensino e aprendizagem.