sexta-feira, 28 de março de 2008

Propulsores da informação e conhecimento.


Acompanhei uma série de reportagem sobre a educação no Brasil. Algumas retratando as dificuldades, outras o descaso e até elogiando a iniciativa de poucos professores. Será que a educação tem salvação? O ensino não é ruim, nem a forma de aplica-lo, seja presencialmente ou a distância. O que falta é vontade por parte de governantes, dirigentes educacionais, professores, alunos e pais de aluno. É mais fácil dizer que o ensino é ruim e o formato a distância poderá salva-lo. Não, não vai! EAD reduz distância e agiliza o processo de ensino-aprendizagem de um país que não pode parar, que geograficamente é inviável para a padronização da educação.

Vamos dividir em partes. O ensino fundamental possui o mesmo paramento curricular em todo o país, independente dos problemas geográficos. O que pesa é a formação docente. Os que aprenderam a ler, ensinam para os demais, só para exemplificar. Alfabetizar a distância via tele-sala é uma coisa, via web é outro bem diferente. A Tv está li, na casa é só ligar bem cedinho e com ajuda de alguem alfabetizado, os primeiros passos rumo ao saber são prazerosos. Eu disse Tv, que pode estar na casa do vizinho ou em uma tele-sala. Essa ainda é a melhor forma de alfabetizar em um país continental e de diferentes geografias.

A deteriorização do ensino citada é mais forte nas grandes capitais. Fora dos grandes centros existe uma necessidade muito grande de conhecer para sobreviver. Os melhores projetos de Responsabilidade Social, na área pedagógica, não estão nas grandes capitais. A necessidade supera as barreiras.

Ensino médio mantem um parâmetro curricular aliado a técnica e pratica, seja profissionalizante, técnico ou tradicional. Existe uma preocupação das instituições com laboratórios e modernidade, facilitando o acesso de quem não possui uma linha discada à web. Para a instituição particular é uma questão de sobrevivência no mercado, assim o EAD torna-se eficiente e até uma forma de otimizar custos com salas, energia, redução de hora aula, entre outros. Existe uma contribuição direta e uma proximidade entre os conteúdos, teorias e diferentes praticas regionais. Aproxima e se constrói o conhecimento, se adaptando a cada realidade regional.

O ensino a distância se consolida na esfera superior, que possui um parâmetro curricular mínimo e as demais disciplinas atendem necessidades emergentes ou regionais, onde as grandes estrelas são as pós-graduações e MBAs. Incluímos as universidades corporativas, treinamentos, qualificação e capacitação profissional a distância. Uma forma de ensino rápida e eficiente. Na graduação o aluno ainda enxerga EAD com desconfiança, o atrativo é baixo custo e a tecnologia.

Não acredito que o formato do ensino seja o responsável por alguma mudança significativa na formação socio-cultural brasileira. Sala de aula e ambiente virtual de aprendizagem são meras ferramentas, cada uma com suas características e atrativos para os alunos. O importante é que as duas formas existam e que o aluno possa optar pela que melhor lhe atende.

Eu acredito em “gente”, no sujeito que aprende a aprender. Esse sim pode e faz a diferença. Quanto mais eficiente e atraente for a ferramenta, melhor esse professor exercerá seu papel de educador e formador de opinião. Qualificado, valorizado e bem remunerado o docente é o responsável direto pelo sucesso da educação no País.

O ensino não fracassou. Nós é que estamos fracassando como professores, frente aos problemas e dificuldades. Afinal, educar o povo para que? Para que ele aprenda a cobrar mais e votar melhor?

E o pior que aceitamos isso e nos deterioramos enquanto propulsores da informação e conhecimento.

MLarosa