segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Qual é o papel da escola?

É o preço do progresso. Já ouviram esta frese? Ela existe para justificar as perdas em detrimento aos avanços sociais, tecnológicos e mercadológicos. A cultura, os costumes, os dogmas, os velhos prédios históricos, a pracinha onde brincávamos na infância e tantos outros fatores que nos acostumamos a ver e usufruir dão lugar a uma nova construção ou forma de viver. Assim nossa sociedade sofreu grandes mudanças com a chegada da Globalização e sua quebra de paradigmas.
Uma das mais significativas ocorreu com a escola. Outrora um lugar onde se aprendia o B-A-Bá, hoje deu lugar ao depositário de crianças.

Pera aí, Larosa. Depositário de crianças! Ficou maluco!. Escola é importante e coisa séria. Ou você acha que não?

Calma, caro leitor! Explico. Quero dizer que para sobreviver no Varejo Educacional, onde um várias escolas ou instituições de ensino superior competem entre si em busca do maior número de alunos para mante-las vivas no mercado educacional.

No caso da velha escola, seu papel começou a cambiar quando os pais passaram a buscar mais espaço no mercado de trabalho. Em nome da empregabilidade e melhor condição de vida, a mulher passou a ocupar seu espaço e buscar a satisfação profissional. Com esse novo perfil do comportamento do consumidor qual é o novo papel da escola? Se resume em ensinar o B-A-Bá?
Não, caro leitor. Os pais matriculam seus filhos muito cedo nas creches ou pré-escolas e depositam nos ombros da instituição a obrigação de educar seus filhos, inclusive moralmente. No passado, no meu passado, os meus pais me ensinaram (pelo menos tentaram) os valores mais importantes para eles. Os dogmas religiosos, comportamento social ideal e noções de certo u errado. Hoje essa responsabilidade é passada para a escola, mesmo que inconscientemente, ara alguns pais. Ao matricular seu filho, cada pai deveria promover uma verdadeira auditoria na escola e buscar informações sobre sua visão de mundo, seus objetivos, missão pedagógica, a religião de seus dirigentes (assim evita-se o futuro conflito) e por ai vai.

Calma, Larosa. Sei que hoje tudo o que você está descrevendo é verdade, mas a escola ode se manter neutra no seu papel de educar.

Sim leitor, pode. Se a escola se manter fiel aos princípios norteadores do início do Século passado ela corre um sério risco de perder seus alunos/clientes. Já que essa mesma escola não pretende assumir a educação moral e de valores dos filhos dos cliente, o concorrente direto está disposto a recebe-los de braços abertos, atendendo assim a necessidade emergente social.

Chegamos a uma encruzilhada para os Gestores Educacionais. Como manter as tradições e neutralidade sem perder alunos? A escola deve deixar de lado sua cultura interna de anos para entrar de vez no Varejo Educacional e manter suas portas abertas? Como educar para a vida sem envolver os valores que norteiam o pensamento da instituição?

Afinal, qual é o verdadeiro papel da escola?

A resposta está com vocês, leitores.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

PONTO DE CONFORTO

Olá, meus amigos. A gestão educacional está em pauta no curso de pós-graduação em Gestão Educacional do SENAC-RIO. Esta semana discutimos o papel da instituição de ensino frente as mudanças sócio-econômicas que afetam diretamente aos jovens.

Os jovens acompanham as mudanças sociais e principalmente as tecnológicas, mesmo sem questionar se serão boas ou não. Cabe a escola estar atenta e antenada para trazer a critica global a sala de aula e fazer com que os jovens parem para, ao menos, refletirem.

Mas, se essa mesma escola continuam pregando velhos ensinamentos, o educando a rejeita e continua seu caminho de alienação, tornando-se mero repetidor de modismos introduzidos motivados por interesses econômicos que ele adquiri, ali, na internet.
A escola que não evolui, pois pretende se manter tradicional, pelo menos que acompanhe de perto as mudanças. Caso contrário seus docentes, em seu ponto de conforto, pregam o mesmo conceitos velhos e pouco atraentes todos os anos, sem adapta-los a realidade, pois comodamente seguem o programa.

Então, cabe a direção da instituição mudar o “programa de aula” e quem sabe os professores acomodados, ao menos, passem a seguir o novo planejamento.

Não acredito em pessoas, principalmente professores, acomodados. Vejo que a instituição engessada os leva a isso. O exemplo sempre vem de cima, em uma comunicação vertical, do estilo: eu mando e você obedece. Então, que seja!

A direção ou gestão institucional que dite as normas anualmente que seus docentes a seguiram. Mas, para que os professores tenham o desempenho esperado, que promovam investimentos nas condições de oferta de ensino. Caso contrário, podem criar um novo ponto de conforto todos os anos.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

O Mestre e o Engenheiro

É o velho dilema, quem sabe mais na construção civil o Mestre de Obras ou o Engenheiro? E na gestão de uma escola ou universidade, quem é mais qualificado, o Professor Pedagogo ou o Gestor de carreira? A resposta parece obvia nos dois casos, mas não é. Vamos refletir.

O Engenheiro passou por um processo de capacitação conceitual acadêmico. O Mestre de Obras se capacitou nos canteiros da construção civil no formato ensaio e erro. O Engenheiro cursava a faculdade e o Mestre de Obras cresceu vendo seu pai trabalhar nos canteiros, por isso possui mais experiência no setor que o Engenheiro recém formado.

Com o passar do tempo, o Engenheiro se especializa em diversos cursos e mestrados, participa da construção de prédios e complexos arquitetônicos faraônicos - isso te lembra o atual momento Nacional? O Mestre de Obra se capacita em um cursos oferecido por entidades ou grupos da construção civil, objetivando manter aquecido o mercado de materiais de construção. Detalhe, não são todos que buscam capacitação por falta de oportunidade ou malandragem mesmo. A critica se aplica aos formados também.

E agora, quem é mais capacitado, o Mestre de Obras ou o Engenheiro?

Para o sucesso profissional, o Mestre de Obras e o Engenheiro não podem abrir mão da constante capacitação e do trabalho em equipe. O conhecimento dos dois somados é a chave do sucesso no setor. Um não vive sem o outro, podemos dizer assim: um pensa e o outro executa com maestria.

Utilizei o exemplo acima para mostrar que em educação não é diferente. Professores são colocados em cargos de coordenação ou direção, muitos até por merecimento e dedicação, mas não por capacidade gestora. Assim como o Mestre de Obras. Sua liderança em controlar os “peões” o conduz ao cargo. Existem outras formas não tão dignas, mas deixa para lá.

Os anos passam e os ensaios e erros consolidam um aprendizado provinciano do gestor temporário mas, importante para aquele momento da instituição. Se um fator externo provocar uma mudança no mercado educacional, nosso coordenador professor voltará a ensaiar e erra, mas pode ser tarde demais. São poucos os que buscam por cursos de gestão para uma capacitação real, visando uma longevidade no cargo gestor. São gestores que encontram seu ponto de conforto e não querem mais largar, achando que o que aprenderam até então é o suficiente. Não é!

Um gestor de carreira no mercado, capacitado, mestre ou doutor no que faz de melhor, não é um educador. Não conviveu com alunos e aprendeu a notar suas necessidades e anseios. Um gestor de carreira conduzirá a empresa escola mecanicamente, de forma fria e distante. Um gestor de carreira necessita de um professor, assim como o pedagógico necessita do administrativo, ou seja, em uma instituição de ensino o equilíbrio é fundamental.

Não basta ser um bom líder, possuir um pouco de intuição e coragem para se tornar um coordenador de curso ou gestor macro. Ainda carece de algumas habilidades básicas e conhecimento reciclável.

Qual é o melhor afinal? Os dois.

Melhor ainda será o dia que o professor se tornar um gestor e a soma das habilidades o tornará um Gestor Educacional competente e eficaz. Assim como nosso Mestre de Obras, que pode cursar Engenharia Civil, somar suas habilidades e se tornar um profissional imbatível. Sei que assim parece fácil, mas é a pura realidade. As pessoas é que criam barreiras e desculpas para justificar os fracassos.

Vamos entender que escola é sim coisa séria, como também uma construção. Em ambos os casos necessitamos dos melhores profissionais. Não entendam de forma errada que escola não e um negócio. É sim, mas não devemos trata-la como um balcão de varejo sem critérios, afetividade e relacionamento com os parceiros, clientes e alunos. Escola é um serviço educacional onde as pessoas a contratam e depositam seus sonhos, como uma caderneta de poupança da futura formação profissional e social.

A escola mexe com vidas humanas, por isso tem que ser séria e de credibilidade.