quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Nossa economia cresce a cada dia. Será?



Estudar para que se não tenho onde trabalhar? Esta pergunta, plagiando a máxima do craque Romário “treinar pra que...”, acaba se tornando uma realidade nacional. Todas as profissões, pelo menos as mais famosas, estão saturadas de profissionais. Veja, não estou questionando a competência deles, mas a enorme quantidade de pessoas ou mão-de-obra qualificada que povoa o mercado de trabalho tupiniquim.

Centenas de instituições de ensino superior e de nível médio formam a cada ano milhares de educandos capacitados a exercer a profissão que escolheram e com muita dificuldade pagaram por elas. Mesmo os alunos de instituições públicas tem gastos no seu dia a dia com livros, materiais, locomoção, alimentação, cinema com a namorada.... e por ai vai. Ao receber o diploma na festa de formatura a radiante formado iniciará sua caminhada em direção as filas de emprego ou bater de porta em porta em busca de uma vaga.

Você, nobre leitor, sabe quantas pessoas são formadas a cada ano no Brasil? Você sabe quais as profissões que mais formam alunos no País? O mercado de trabalho absorve essa mão-de-obra qualificada? Vamos lá, o que está esperando, tente.

É claro que a sociedade mudou e a escola deve acompanhar as mudanças. Esse discurso de educador que prega “que a educação é que muda a sociedade” é que está um pouco ultrapassado. Nem vou entrar no mérito, pois irá se tornar teorema de Tostines, já publicado nesse blog.

Acredito que o ser humano evolui, suas necessidades aumentam, o indivíduo busca sanar suas necessidades, o mercado oferece as opções para satisfazê-las e as instituições de ensino devem formar pessoas para povoar estes postos de trabalho emergentes, educar o aluno para enfrentar os cambios sociais e criar cursos que atendem aos nichos de mercado. Assim a roda do consumerismo continuará ativa.

E as faculdades vão parar? Não caro leitor, elas não podem parar de oferecer os cursos, pois mesmo sabendo do inchado mercado, as pessoas tem o livre arbítrio e a grande vontade de seguir determinada carreira. O que devemos pensar é que o numero de vagas deve diminuir para as profissões saturadas de mão-de-obra e que novos cursos devem ser criados para atender a demanda mercadológica e social.

Poxa, assim é bem fácil resolver os problemas apresentados. Não caro leitor, existe um ministério da educação que não enxerga dessa forma, ou será que não enxerga? Além da morosidade tradicional do serviço público, existem barreiras burocráticas e corporativismo. As instituições de ensino superior não possuem essa autonomia toda para gerenciar essa questão e dependem de aprovação de instância superior.

Mercado saturado significa grande procura e longas filas de desempregados. Sem trabalho, bem não se pode investir em qualificação, afinal não se pode pagar os altos preços das mensalidades. Sem alunos, as instituições reduzem seus quadros e investimento nas condições de oferta de ensino. Resultado, mais gente desempregada e a roda do cunsumerismo segue cada vez mais lenta.

Sem gente para gastar, menos produtos ou serviços serão vendidos. Mais e mais empresas fecham suas portas. E tem gente em Brasília que diz que a nossa economia cresce a cada dia.