Há
uma multiplicidade de desafios coletivos que nos esperam daqui a 20
ou 30 anos. Se não conseguirmos repensar o modelo de nossas
organizações para enfrentá-los, não haverá descanso. Quanto mais
turbulência, mais estresse, desconexão e competição interna. As
pessoas trabalharão mais, sem, no entanto, aprender a trabalhar
melhor.
Aumentarão
os problemas que nem o indivíduo nem a empresa podem resolver. Os
líderes
de
hoje enfrentam uma aventura de risco, descobrimento e mudança, sem
nenhum mapa
para
orientá-los. Por isso, como a experiência e as estatísticas
demonstram, os processos
de
mudança fracassam numa proporção assustadoramente maior do que o
número de casos bem-sucedidos.
Para
compreender por que a implantação de um processo de mudança
sustentável ao longo do tempo é tão difícil de alcançar, os
executivos têm de modificar sua postura, ser menos administradores e
mais biólogos. As iniciativas de mudança têm um ciclo de vida:
crescem durante um tempo até se estabilizar ou parar por completo. O
biólogo diria que essa é a curva pela qual passam todas as coisas
da natureza, até nos casos de morte prematura.
Todo
crescimento é o resultado da interação entre processos que o
potencializem e outros que o limitam. Ao lidar com esses processos,
vemo-nos limitados, por exemplo, por nossas capacidades coletivas de
aprendizado. Só se consegue o comprometimento de todos em relação
à mudança quando a organização possui a capacidade de construir
aspirações comuns.
As
pessoas começam a discutir os temas “intocáveis” quando
desenvolvem a capacidade de refletir e questionar, a ponto de poderem
falar livremente sobre temas conflituosos e complexos, sem adotar uma
atitude defensiva. Então, podem identificar e trabalhar com as
interdependências e com as causas mais profundas dos problemas
porque se capacitaram para o pensamento
sistêmico.
Além
disso, os processos de mudança costumam restringir-se a trabalhar
com o crescimento, e não com seus fatores limitantes. Não há nada
de errado em incentivar o comprometimento e direcionar a energia em
busca da realização própria e coletiva, mas nada cresce com
elementos que a restrinjam. Essa dança entre fatores promotores e
limitantes é a “dança das mudanças”.
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