Quem diria, o atacante Obina deixou a Gávea. Pelos gols que na vinha marcando seria o caminho natural, o afastamento do clube. Afinal jogadores como: Diego Tardelli (artilheiro no Atlético-MG), Souza (jogando bem no Corinthians), Marcinho (artilheiro do time em 2007), Vandinho (marcando gols no Sport) entre outros menos cotados, foram negociados pois a diretoria do Flamengo entendeu que não estavam rendendo o que se esperava deles. Essa mesma diretoria quer se desfazer de Josiel, artilheiro da equipe na temporada com 13 gols – onze no Carioca e dois no Brasileiro. No caso do Marcinho, a necessidade financeira falou mais alto. Será que o povo da Gávea não gosta de quem faz gols?
As torcidas de clubes de massa, como o Flamengo, cultuam seus grandes craques, o mais recente foi Zico. Depois, em menor escala, Bebeto, Sávio, Edmundo, Petkovic e Romário ocuparam a preferência da galera no quesito homem gol. Acredito que com a escassez de jogadores “fora de série” a torcida elegeu o valoroso Obina como uma espécie jogador que decide no memento de aflição. Na minha opinião, nem bom jogador ele é. Então essa idolatria - usualmente definida como a prática de adoração a ídolos, valores e ideias em oposição à adoração a um Deus ou personalidade social – não passa de folclore criado pelos torcedores. Folclore é sinônimo de cultura popular e representa a identidade social de uma comunidade através de suas criações, coletivas ou individuais. Esse termo se encaixa melhor para posicionarmos a relação entre a torcida e o jogador.
Artilheiro vem, artilheiro vai e o nosso Obina estava lá, prestigiado, uma espécie de amuleto da sorte, o xodó da torcida rubro-negra. Ouvi pelas ruas perguntas sobre o fato: O que aconteceu com o Obina? O encanto com a torcida acabou? A idolatria findou-se? Os gols que marcou foram em uma excelente fase e agora a realidade se estabeleceu? Ou alguém no Flamengo acredita que o jogador pode se transformar em um novo Adriano fora do clube?
Calma Larosa, o Renato Augusto, o Jean e tantos outros foram decisivos em campeonatos para o Flamengo e nem assim receberam a idolatria dos torcedores. Igual ao Obina já passaram pela Gávea, Reinaldo (hoje no Botafogo), Liédson, o próprio Adriano, o Souza e quem se lembra do Negreiros? Todos saíram do Fla pela porta dos fundos. Obina dividiu a opinião dos torcedores no momento do seu empréstimo ao Palmeiras.
É a mais pura verdade, caro torcedor. O folclórico Obina vai continuar vivo na memória dos rubro-negros, como o Fio Maravilha, mas caro torcedor, paciência tem limite. Boa sorte, Obina e obrigado pelos gritos de campeão.