Acompanho futebol desde menino, quando meu tio me levava ao Maracanã, que cá entre nós, sempre estava lotado, tanto que chegávamos duas horas antes das partidas, às 17h, para assistir a preliminar de Juniores, sempre com um futebol bonito e requintado. Os craques como Zico e Roberto Dinamite já mostravam sua categoria às 15h de um sol escaldante. Bons tempos, eu sei.
Ontem vivi um momento que nunca mais vou esquecer. Cheguei ao Maracanã para acompanhar a preliminar, entre Cardoso Moreira e América (3 a 0 para o Mecão), e bateu uma tristeza que não consigo reproduzir em texto, ao ver o maior estádio do Mundo totalmente vazio, calado, ao ponto de ouvir os pontas (radialistas que ficam atrás do gol narrando os lances de área) das rádios descrevendo o primeiro gol do América (Diguinho). Olhei para o outro lado e notei uma tímida torcida do Flamengo pendurando sua faixa na arquibancada.
Sei sim, torcedor, o jogo do Flamengo seria às 18h 30 e a torcida aos pouco chegaria ao Maraca. Só que há alguns anos noto que a torcida vem deixando de frequentar os estádios em rodadas duplas no Maracanã. Se um turista estivesse passando em frente ao estádio, ontem a tarde, não saberia se alguma partida estava sendo realizada. As ruas próximas estavam vazias, bares com poucos torcedores e até os flanelinhas tiraram uma folga. Uma triste imagem para quem já viveu quilômetros de engarrafamento na Radial Oeste, procurou sem sucesso uma vaga para estacionar e encarou uma longa fila para entrar no estádio, isso faltando duas horas para o jogo principal.
Esse é o retrato do futebol carioca, onde seus times mais ilustres disputam as últimas posições da tabela no Brasileirão: Flamengo, bem perto e Botafogo e Fluminense habitando a zona maldita. O Vasco, já está na segundona, onde não deveria estar. O América, o segundo time de cada carioca, disputando a segundona do Rio de Janeiro. Lembro que os cinco grandes do Rio faziam bonito no Campeonato Brasileiro. A que ponto chegamos, dirigentes. Que fase é essa!
Na manhã de ontem recebi a triste notícia do falecimento de Doalcei Camargo, pela voz do comunicador Francisco Barbosa, da Rádio Tupi. Que bela homenagem, Barbosa. Só você para valorizar bela trajetória de um dos maiores narradores esportivos do país. Descanse em paz, Doalcei.
sábado, 29 de agosto de 2009
sábado, 22 de agosto de 2009
Resposta anunciada
Um sábado tipicamente paulista no Rio de Janeiro. Achei que não encontraria ninguém no Ponto Futebol, um espaço na orla onde os amigos se encontram para beber, ver gente bonita e, é claro, discutir futebol. Como os times do Rio, mais uma vez, entraram no Brasileirão para fazer número, achei que os velhos e novos amigos não teriam motivo para estarem aqui hoje. Me enganei, aqui estavam alguns, talvez por falta do que fazer, acredito eu. Então, resolvi parar antes de ir para a redação do JS.
Larosa, que bom que você apareceu. Será nosso voto de minerva!
Sem saber o que aconteceu, disparei: Não! Estou de passagem e não vou discutir o momento dos times do Rio. Todo o ano é sempre assim e não tenho mais saco para tal.
Calma, Larosa! Exclamou o Vavá. Hoje entendo que não vale a pena perder tempo com isso. No Carioca, a falação sobre nossos times de coração tem mais sentido e gozação. Quem pode rir do Fluminense, prestes a voltar para a segunda divisão? O botafoguense, nosso companheiro de zona do rebaixamento? E com esse time, bem, é forte candidato. Os flamenguistas, que estão em queda livre na tabela? Pior, com um timinho, que cá entre nós, nem se compara com aquele que foi pentatricampeão da cidade. Os vascaínos já se encontram por lá mesmo e estão rindo a toa, já que lideram a segundona. Rir na segunda divisão, que macabro senso de humor, não é Aninha?
Ufa, achei que vocês perguntariam sobre isso mesmo. Menos ruim, pois prometi que não teceria mais comentários sobre a participação carioca no Brasileiro. Se um dia os clubes se unirem, incluo a federação, os governos municipais e estadual, para que juntos promovam uma ação conjunta para reconstruir a imagem futebolística positiva da cidade para 2010, volto a comentar.
Larosa, você não sitou os dirigentes. Disparou Patrícia, rubro-negra roxa.
Que dirigentes, Paty? Os que afundam os clubes em benefício próprio? Quer um exemplo: No Flamengo, os dirigentes que saíram (não gosto de sitar nomes de qualquer dirigente. Prefiro que esqueçam que eles existem) estão torcendo para a barca afundar. Assim, se fortalecem para as próximas eleições. O mesmo ocorre com a atual direção, que pretende pedir licença para poder trabalhar a campanha do ano que vem. Ou seja, tirar o corpo fora, e lucrar em votos com o desastre do Fla na competição.
O papo está bom mas, chegou a hora de trabalhar. Alguem tem que ralar por aqui. Saí e não entrei na discussão sobre os cariocas no brasileiro. E você, quer mesmo discutir o tema que já tem resposta anunciada?
Larosa, que bom que você apareceu. Será nosso voto de minerva!
Sem saber o que aconteceu, disparei: Não! Estou de passagem e não vou discutir o momento dos times do Rio. Todo o ano é sempre assim e não tenho mais saco para tal.
Calma, Larosa! Exclamou o Vavá. Hoje entendo que não vale a pena perder tempo com isso. No Carioca, a falação sobre nossos times de coração tem mais sentido e gozação. Quem pode rir do Fluminense, prestes a voltar para a segunda divisão? O botafoguense, nosso companheiro de zona do rebaixamento? E com esse time, bem, é forte candidato. Os flamenguistas, que estão em queda livre na tabela? Pior, com um timinho, que cá entre nós, nem se compara com aquele que foi pentatricampeão da cidade. Os vascaínos já se encontram por lá mesmo e estão rindo a toa, já que lideram a segundona. Rir na segunda divisão, que macabro senso de humor, não é Aninha?
Ufa, achei que vocês perguntariam sobre isso mesmo. Menos ruim, pois prometi que não teceria mais comentários sobre a participação carioca no Brasileiro. Se um dia os clubes se unirem, incluo a federação, os governos municipais e estadual, para que juntos promovam uma ação conjunta para reconstruir a imagem futebolística positiva da cidade para 2010, volto a comentar.
Larosa, você não sitou os dirigentes. Disparou Patrícia, rubro-negra roxa.
Que dirigentes, Paty? Os que afundam os clubes em benefício próprio? Quer um exemplo: No Flamengo, os dirigentes que saíram (não gosto de sitar nomes de qualquer dirigente. Prefiro que esqueçam que eles existem) estão torcendo para a barca afundar. Assim, se fortalecem para as próximas eleições. O mesmo ocorre com a atual direção, que pretende pedir licença para poder trabalhar a campanha do ano que vem. Ou seja, tirar o corpo fora, e lucrar em votos com o desastre do Fla na competição.
O papo está bom mas, chegou a hora de trabalhar. Alguem tem que ralar por aqui. Saí e não entrei na discussão sobre os cariocas no brasileiro. E você, quer mesmo discutir o tema que já tem resposta anunciada?
sábado, 15 de agosto de 2009
ESTRELA SEM BRILHO
Olá, caros leitores. Escrevi há pouco tempo atrás que o técnico Andrade não tinha o perfil para dirigir um time de grande proporção nacional como o Flamengo. Recebi e-mails de leitores contrários ao que escrevi, outros concordando. Escrevi que Andrade é o boa praça, amigo de todos, competente mas, até quando? O Flamengo de Cuca é o mesmo de Andrade, ou seja, continua sem um padrão de jogo definido, jogadas ensaiadas e fica pela força de vontade dos jogadores e do empurrão que vem das arquibancadas de todo o Brasil.
Não quero discutir o problema técnico, escrevi sobre imagem de uma marca, que se chama Flamengo. Marca essa, que não pode ficar fora dos holofotes da mídia, não pode deixar de possuir um ou dois grandes jogadores, não pode deixar de disputar todas as decisões de campeonatos nacionais e internacionais e, ter no seu banco de reservas um comandante a altura. Assim, grandes empresas vão enxergar possibilidades ao vincular sua marca a uma outra marca de sucesso. Marca que possui milhões de torcedores e ocupa um lugar de destaque na mídia. Os patrocinadores são percebidos por milhões, nos estádios, nas telinhas da TV, nos jornais e nas boutiques de material esportivo.
Andrade não tem esse perfil, não é atraente para a mídia. É isso que defendo. Querem um exemplo?
O Renato Gaúcho é o técnico que todos os clubes gostariam de possuir. Ele sabe promover um jogo, motivar jogadores e torcedores. Lembram da final da Libertadores? Foi 4 a 2 para a LDB, em Quito, logo, como motivar o torcedor para apoiar a equipe ao ponto de lotar o Maracanã? O Fluminense tinha chance de fazer os três gols necessários? O resultado não foi o esperado, mas o outro objetivo, visibilidade da marca Fluminense e do seu patrocinador, esse sim foi cumprido. O Renato Gaúcho é o técnico ideal para as pretensões do patrocinador. Ele atrai para si a mídia, que esquece até dos jogadores do clube. Ele veste a camisa do clube, estampando assim a marca do patrocinador em todos os momentos que as lentes estão focadas nele, como no chororó midiático no gramado do Maracanã ao final da partida contra o Boca Juniors da Argentina pela mesma Libertadores, lembra disso?
No mundo globalizado, onde qualquer pessoa pode se tornar um condutor (o garoto propaganda) do produto de consumo, não existe mais lugar para pessoas que não conseguem sair da mesmice, não se projetam, não brilham, seja no jornalismo, na administração, na educação e principalmente, no futebol. O Andrade, neste quesito, é uma estrela sem brilho para as pretensões do Flamengo.
Não quero discutir o problema técnico, escrevi sobre imagem de uma marca, que se chama Flamengo. Marca essa, que não pode ficar fora dos holofotes da mídia, não pode deixar de possuir um ou dois grandes jogadores, não pode deixar de disputar todas as decisões de campeonatos nacionais e internacionais e, ter no seu banco de reservas um comandante a altura. Assim, grandes empresas vão enxergar possibilidades ao vincular sua marca a uma outra marca de sucesso. Marca que possui milhões de torcedores e ocupa um lugar de destaque na mídia. Os patrocinadores são percebidos por milhões, nos estádios, nas telinhas da TV, nos jornais e nas boutiques de material esportivo.
Andrade não tem esse perfil, não é atraente para a mídia. É isso que defendo. Querem um exemplo?
O Renato Gaúcho é o técnico que todos os clubes gostariam de possuir. Ele sabe promover um jogo, motivar jogadores e torcedores. Lembram da final da Libertadores? Foi 4 a 2 para a LDB, em Quito, logo, como motivar o torcedor para apoiar a equipe ao ponto de lotar o Maracanã? O Fluminense tinha chance de fazer os três gols necessários? O resultado não foi o esperado, mas o outro objetivo, visibilidade da marca Fluminense e do seu patrocinador, esse sim foi cumprido. O Renato Gaúcho é o técnico ideal para as pretensões do patrocinador. Ele atrai para si a mídia, que esquece até dos jogadores do clube. Ele veste a camisa do clube, estampando assim a marca do patrocinador em todos os momentos que as lentes estão focadas nele, como no chororó midiático no gramado do Maracanã ao final da partida contra o Boca Juniors da Argentina pela mesma Libertadores, lembra disso?
No mundo globalizado, onde qualquer pessoa pode se tornar um condutor (o garoto propaganda) do produto de consumo, não existe mais lugar para pessoas que não conseguem sair da mesmice, não se projetam, não brilham, seja no jornalismo, na administração, na educação e principalmente, no futebol. O Andrade, neste quesito, é uma estrela sem brilho para as pretensões do Flamengo.
sábado, 1 de agosto de 2009
Não possui perfil para dirigir o Fla
Recebi um e-mail de um leitor manifestando seu apreço pela permanência de Andrade no comando técnico do Flamengo. E como de hábito, o leitor disparou: - Você também deveria publicar que o Andrade deve ficar. Respondi que não concordo. O Andrade não tem o perfil para dirigir um time como o do Flamengo. Calma, leitor. Explico.
Vejamos, duas pessoas de razoavelmente competentes ficam sabendo que o cargo de supervisor está vago e vislumbram a possibilidade de ocupá-lo. O cidadão A, falante e boa pinta, possui o hábito de cumprimentar todas as pessoas na empresa, do porteiro ao presidente. Faz questão que todos saibam dos seus feitos e metas quebradas na empresa. Ele se veste muito bem, sempre com um terno impecável, diferente dos demais funcionários do setor que usam um jeans surrado e uma camisa de manga longa para fora da calça. O cidadão B é introvertido, caladão e muito na dele. Educado e boa praça, mas acredita que sua competência será reconhecida, um dia. Com o velho jeans ele não chama a atenção, sempre no seu canto e cumpridor de suas metas, ou seja, mais um no setor.
Lembram do cargo de chefia? Pois é, quem será o escolhido em um universo de 15 funcionários? Sei que você já fez sua escolha, mas acrescentamos mais algumas vaiáveis. A empresa é uma das maiores no setor de logística do País. Reconhecida no Mercosul. E agora, quem será o escolhido para a vaga de supervisor?
É, caro leitor, imagem é quase tudo. Lembro de uma frase: quem não é visto não é lembrado. É assim na empresa, é assim no futebol. O marketing esportivo envolve uma grande marca, um grande clube de numerosa torcida, um ou dois grandes craques e um técnico vencedor.
Ainda não está convencido? Joel Santana, técnico da Seleção da África do Sul, nosso cidadão B. Seu jeito de ser é motivo de chacota nos meios de comunicação, de lá e nos daqui. Não tem o perfil, então não passa segurança para os investidores, dirigentes e torcedores.
Ainda não está, bem, bem. O Santos, um time de razoável para ruim, dito como um dos prováveis rebaixados para a Série B, pela mídia paulista. Bem, contrataram Vanderlei Luxemburgo. Pronto, o Santos já é um dos times que pode disputar uma vaga para a Libertadores. Imagem de um técnico vencedor. Logo, o Andrade pode mostrar competência no Barueri, Avaí, Náutico, mas no Flamengo, não! Um time grande tem que pensar grande.
Vejamos, duas pessoas de razoavelmente competentes ficam sabendo que o cargo de supervisor está vago e vislumbram a possibilidade de ocupá-lo. O cidadão A, falante e boa pinta, possui o hábito de cumprimentar todas as pessoas na empresa, do porteiro ao presidente. Faz questão que todos saibam dos seus feitos e metas quebradas na empresa. Ele se veste muito bem, sempre com um terno impecável, diferente dos demais funcionários do setor que usam um jeans surrado e uma camisa de manga longa para fora da calça. O cidadão B é introvertido, caladão e muito na dele. Educado e boa praça, mas acredita que sua competência será reconhecida, um dia. Com o velho jeans ele não chama a atenção, sempre no seu canto e cumpridor de suas metas, ou seja, mais um no setor.
Lembram do cargo de chefia? Pois é, quem será o escolhido em um universo de 15 funcionários? Sei que você já fez sua escolha, mas acrescentamos mais algumas vaiáveis. A empresa é uma das maiores no setor de logística do País. Reconhecida no Mercosul. E agora, quem será o escolhido para a vaga de supervisor?
É, caro leitor, imagem é quase tudo. Lembro de uma frase: quem não é visto não é lembrado. É assim na empresa, é assim no futebol. O marketing esportivo envolve uma grande marca, um grande clube de numerosa torcida, um ou dois grandes craques e um técnico vencedor.
Ainda não está convencido? Joel Santana, técnico da Seleção da África do Sul, nosso cidadão B. Seu jeito de ser é motivo de chacota nos meios de comunicação, de lá e nos daqui. Não tem o perfil, então não passa segurança para os investidores, dirigentes e torcedores.
Ainda não está, bem, bem. O Santos, um time de razoável para ruim, dito como um dos prováveis rebaixados para a Série B, pela mídia paulista. Bem, contrataram Vanderlei Luxemburgo. Pronto, o Santos já é um dos times que pode disputar uma vaga para a Libertadores. Imagem de um técnico vencedor. Logo, o Andrade pode mostrar competência no Barueri, Avaí, Náutico, mas no Flamengo, não! Um time grande tem que pensar grande.
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